Segunda-feira, 6 de Agosto de 2007
Quero o riso de um criança
Quero é ser criança, por pouco
Quero é ter o passado presente
Quero o que me foi, o que fui
Quero mesmo é ser criança
(Elcias Lustosa)
Retirado das
Grandes Letras da
Vitoria Meirelles
Segunda-feira, 23 de Julho de 2007
Ainda criança,
Queria sentir
O mesmo que as outras crianças
Nas águas de sonhos
Melhores que os meus.
Ainda inocente,
Queria ouvir
As costureiras
Bordarem as asas dos anjos
Na verdade do cosmos.
Ainda pura,
Queria beber
Os dias sem mágoas,
Num faz de conta igual
Ao dos filhos felizes.
Queria,
Mas já não posso:
I’m ready.
Um original de
Nilson Barcelli
Domingo, 15 de Julho de 2007

Quem irá dobrar de novo o Cabo das Tormentas ...!?
Digo:
"Lisboa"
Quando atravesso - vinda do sul - o rio
E a cidade a que chego abre-se como se do meu nome nascesse
Abre-se e ergue-se em sua extensão nocturna
Em seu longo luzir de azul e rio
Em seu corpo amontoado de colinas -
Vejo-a melhor porque a digo
Tudo se mostra melhor porque digo
Tudo mostra melhor o seu estar e a sua carência
Porque digo
Lisboa com seu nome de ser e de não-ser
Com seus meandros de espanto insónia e lata
E seu secreto rebrilhar de coisa de teatro
Seu conivente sorrir de intriga e máscara
Enquanto o largo mar a Ocidente se dilata
Lisboa oscilando como uma grande barca
Lisboa cruelmente construída ao longo da sua própria ausência
Digo o nome da cidade
- Digo para ver
Sophia de Mello Breyner Andresen

Quem irá dobrar de novo o Cabo das Tormentas ...!?
Digo:
"Lisboa"
Quando atravesso - vinda do sul - o rio
E a cidade a que chego abre-se como se do meu nome nascesse
Abre-se e ergue-se em sua extensão nocturna
Em seu longo luzir de azul e rio
Em seu corpo amontoado de colinas -
Vejo-a melhor porque a digo
Tudo se mostra melhor porque digo
Tudo mostra melhor o seu estar e a sua carência
Porque digo
Lisboa com seu nome de ser e de não-ser
Com seus meandros de espanto insónia e lata
E seu secreto rebrilhar de coisa de teatro
Seu conivente sorrir de intriga e máscara
Enquanto o largo mar a Ocidente se dilata
Lisboa oscilando como uma grande barca
Lisboa cruelmente construída ao longo da sua própria ausência
Digo o nome da cidade
- Digo para ver
Sophia de Mello Breyner Andresen
Quinta-feira, 12 de Julho de 2007
...>>
Gaivotas
De ti, homem alvo,
Voam gaivotas em bando
Alegres, aos milhares,
Pelos ares do teu corpo,
Sereno vez em quando,
No teu peito pousando
Em direcção ao templo
De um coração que bate
Silêncios,
Alegrias,
Emoções,
Que voam de ti
Em direcção a mim
Por ecos de felicidade,
Amor e amizade,
Que aceito e retribuo.
Original d´
AzorianaPost em simultâneo n´
A Minha Tshirt
...>>
Gaivotas
De ti, homem alvo,
Voam gaivotas em bando
Alegres, aos milhares,
Pelos ares do teu corpo,
Sereno vez em quando,
No teu peito pousando
Em direcção ao templo
De um coração que bate
Silêncios,
Alegrias,
Emoções,
Que voam de ti
Em direcção a mim
Por ecos de felicidade,
Amor e amizade,
Que aceito e retribuo.
Original d´
AzorianaPost em simultâneo n´
A Minha Tshirt
Quarta-feira, 4 de Julho de 2007

"Se eu te pudesse dizer
O que nunca te direi
Tu terias que entender
Aquilo que nem eu sei ...!"
Fernando Pessoa
Imagem retirada do
Blog da Sabedoria

"Se eu te pudesse dizer
O que nunca te direi
Tu terias que entender
Aquilo que nem eu sei ...!"
Fernando Pessoa
Imagem retirada do
Blog da Sabedoria
Quinta-feira, 15 de Março de 2007

Ver a vida como ela é,
Sem o deslumbramento que só existe nos loucos
Que vêm nas estrelas anjos e guias.
Eu, que sei que uma estrela é um amontoado de plasma.
Mesmo assim pasmo,
Mesmo assim me deslumbro.
Aceitar a vida como ela é,
Sem a cegueira insana que acomete os que amam,
Que caminham sobre nuvens sem pousar os pés
Vendo o mundo com olhos de lua cheia.
Eu, que sei que a lua é rocha árida e feia.
Mesmo assim me encanto,
Mesmo assim a admiro.
Viver a vida como ela é,
Sem a paixão desmedida que possuem os poetas
Que buscam a liberdade na órbita dos cometas.
Eu, que sei que um cometa é um vagabundo de gelo.
Mesmo assim os sigo,
Mesmo assim os espero.
Procurando no seu rumo,
Um rumo.
Um sentido.
Uma direcção.

Ver a vida como ela é,
Sem o deslumbramento que só existe nos loucos
Que vêm nas estrelas anjos e guias.
Eu, que sei que uma estrela é um amontoado de plasma.
Mesmo assim pasmo,
Mesmo assim me deslumbro.
Aceitar a vida como ela é,
Sem a cegueira insana que acomete os que amam,
Que caminham sobre nuvens sem pousar os pés
Vendo o mundo com olhos de lua cheia.
Eu, que sei que a lua é rocha árida e feia.
Mesmo assim me encanto,
Mesmo assim a admiro.
Viver a vida como ela é,
Sem a paixão desmedida que possuem os poetas
Que buscam a liberdade na órbita dos cometas.
Eu, que sei que um cometa é um vagabundo de gelo.
Mesmo assim os sigo,
Mesmo assim os espero.
Procurando no seu rumo,
Um rumo.
Um sentido.
Uma direcção.